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Como combater o etarismo no mercado de trabalho e fomentar ambientes diversos

Cultura Organizacional

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Etarismo

Como combater o etarismo, a discriminação devido à idade? O tema está em alta, especialmente em razão do etarismo que uma caloura de 45 sofreu em uma universidade no interior de São Paulo.

O que essa situação nos traz à tona é a discussão em torno dos conflitos geracionais em diversos ambientes, para além do mercado de trabalho. E como é possível contornar essa questão, visto que a longevidade é uma realidade.

Só para se ter uma ideia, a expectativa de vida no Brasil é 73,1 anos para os homens e 80,1 anos para as mulheres, segundo dados do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Comparando com a década de 1940, a entidade identificou que houve um aumento de mais de 30 anos na média de longevidade para ambos os gêneros. 

Mas, o que isso significa em termos práticos? Que as pessoas estão vivendo mais e, dessa forma, permanecendo mais tempo ativos. Inclusive no universo corporativo, mudando a percepção sobre o futuro do trabalho.

Além disso, evidencia que talento e sucesso profissional nada tem a ver com a idade, até porque muitas personalidades conquistaram seu reconhecimento depois dos 40 anos.

Como combater o etarismo: descobrindo personalidades que fizeram sucesso depois dos 40

Uma das formas de combater o etarismo é, além de educar nesse sentido — o que veremos adiante — também ver exemplos daqueles que conquistaram seu sucesso depois dos 40 anos de idade. Vejamos alguns deles.

1. Ana Fontes

Iniciando a lista, está a empreendedora brasileira Ana Fontes, que criou a Rede Mulher Empreendedora. A iniciativa conta com 750 mil participantes, que receberam capacitação para empreender.

Depois de quase vinte anos trabalhando no mundo corporativo, ela, que tem 55 anos, criou o projeto depois de ter participado do projeto “10 mil mulheres”, promovido pela FGV. Das 35 candidatas, foi uma das escolhidas. Após um ano de projeto, a rede criada por ela já contava com 100 mil mulheres.

2. Stan Lee

Os adoradores dos filmes feitos pela Marvel, e até quem não gosta tanto assim, conhecem esse nome. O homem de cabelos brancos que, vez ou outra, aparece do nada nos filmes da empresa só alcançou seu sucesso depois de muito tempo. “O Quarteto Fantástico”, uma das histórias escritas por Lee, ganhou vida pelas mãos dele quando o mesmo tinha 39 anos de idade. 

3. Viola Davis

A atriz conseguiu chamar a atenção da indústria cinematográfica aos 43 anos, apesar de já ter atuado antes em outras obras. Com o filme “Dúvida”, Viola recebeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro. Quase 10 anos depois, em 2016, ela obteve sua primeira estatueta, como atriz coadjuvante, pelo longa “Um limite entre nós”, quando tinha 51 anos.

No ano em que completa 58 anos, em 2023, a atriz foi apontada como a 18ª pessoa com o status “EGOT”, concedido apenas àqueles que conquistaram os principais prêmios norte-americanos, sendo eles o Emmy, o Grammy, o Oscar e o Tony Awards.

4. Nina Silva

Com 43 anos de idade, a empresária Nina Silva é sócia-fundadora do Movimento Black Money, que estimula a circulação de dinheiro entre empreendedores e empresas criadas por pessoas pretas, fortalecendo essa população. 

Sua influência foi conquistada, em grande parte, quando estava próxima da casa dos 40 anos de idade. Hoje, é considerada um dos principais nomes quando o assunto é negócios e inovação no Brasil.

Além disso, Nina também está por trás do banco 100% digital D’Black Bank. A fintech é focada exclusivamente em negócios com impacto social, sendo uma ponte entre empreendedores e consumidores negros.

5. Henry Ford

O homem que revolucionou a indústria automobilística, e cujo modelo de produção inaugurou um movimento histórico, o Fordismo, só conseguiu lançar o primeiro carro de sucesso aos 45 anos.

Em 1908, o magnata apresentou ao mundo o Ford Model T. E, a partir de então, criou outros veículos que ganharam as ruas não só dos Estados Unidos, mas do mundo inteiro.

6. Vera Wang

A estilista, cujos vestidos de noiva são disputados e caríssimos, conseguiu seu lugar ao sol na indústria da moda com 40 anos de idade. Inclusive, ela já foi editora de uma das revistas de moda mais conhecidas, a Vogue. Além disso, também assina trajes para várias personalidades do mundo do entretenimento, como foi o caso da cantora Jennifer Lopez.

7. Morgan Freeman 

Famoso por atuações memoráveis, como ninguém menos que Deus em “Todo Poderoso”, o ator Morgan Freeman iniciou sua carreira aos 30 anos de idade. E somente quando tinha 50 anos que ganhou o reconhecimento global, ao atuar em “Armação Perigosa”.

Após inúmeras indicações, foi em 2004 que recebeu o primeiro Oscar como ator coadjuvante, pelo filme “Menina de Ouro”. Com 85 anos de idade, Freeman continua na ativa, narrando, atuando ou interpretando ele próprio em vários filmes e programas, dada sua fama.

5 práticas para combater o etarismo

Depois desses exemplos positivos é possível constatar que, sim, o sucesso pode chegar mesmo depois de uma “certa idade”. Porém, é preciso problematizar essa expressão, aqui entre aspas, uma vez que o senso comum determina que apenas pessoas jovens conseguem se estabelecer. E essa não é uma verdade absoluta.

Assim, especialistas argumentam a necessidade de investir, sobretudo, em educação, associada à inovação e criatividade. É pela via da conscientização que as pessoas passarão a entender a necessidade de se combater o etarismo, agravado especialmente depois da pandemia do novo coronavírus.

Um dos problemas mais comuns relacionados ao etarismo é o de relacionar pessoas com mais idade a certos estereótipos. Por exemplo, generalizações de que tais pessoas não se atualizam, são difíceis de se relacionarem ou que sejam incapazes de assumirem determinadas tarefas.

Tais discriminações por vezes são escancaradas e, em outras, sutis. De modo que apenas quem ouviu e se sentiu ofendido as identifica e nem sempre reporta o ocorrido. Assim, algumas boas práticas podem ser implementadas pela liderança ágil no ambiente corporativo para combater o etarismo:

  1. Ao identificar situações de discriminação, elucidar e minar qualquer tipo de estereótipo associado aos profissionais com mais idade;
  2. Criar programas de inclusão ao contratar talentos, priorizando aqueles que possuam uma faixa etária específica para ocupar os cargos em questão;
  3. Evitar o etarismo compassivo, que seria tratar de forma diferente, seja por ações ou linguagem, as pessoas com mais idade. Isso pode gerar o efeito contrário;
  4. Desenvolver um guia para combater o etarismo. O documento pode conter tanto o que pode e não pode ser feito em ações e até na linguagem com pessoas que se encaixem no perfil;
  5. Fomentar condições de trabalho adequadas às diferentes gerações. Cada faixa etária requer ambientes e necessidades distintas. Sabendo identificá-las, sem destacar e estimular a estereotipação entre as pessoas, é possível criar organizações inovadoras e saudáveis.

São ações que, apesar de parecerem pequenas, fazem a diferença na convivência geracional dentro das empresas. Além disso, também promovem o bom convívio fora do espaço corporativo.

Ou seja, investir em capacitação, letramento, sem dividir pessoas, colocando todos juntos, são premissas que funcionam na cultura da inovação. Dessa forma, diversidade e colaboração caminham juntas em prol dos mesmos objetivos. 

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