A Dinâmica da Espiral: desenvolvimento humano nas organizações

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Dinâmica Da Espiral

A Dinâmica da Espiral é um importante estudo sobre como a evolução da humanidade acontece, com aplicabilidade em diferentes meios, especialmente para a resolução de conflitos e no desenvolvimento humano nas organizações. 

A teoria explica a complexidade do mundo e a natureza das mudanças ao nosso redor. É baseada em 50 anos de estudo sobre desenvolvimento humano, proposta pelo professor Don Edward Beck, fundador do International Institute of Values and Culture e presidente do The Spiral Dynamics Group.  

O conceito básico da Dinâmica da Espiral está centrado no fato de que a natureza humana não é fixa e que todos possuímos uma inteligência adaptável e complexa. Beck considera a espiral infinita, definindo os níveis de consciência que ainda estariam por vir, ligados ao futuro da humanidade. 

A Espiral Dinâmica mapeia oito estágios do nosso desenvolvimento, determinando padrões na evolução da consciência humana. Beck atribuiu cores para caracterizar a maneira de pensar, agir e de sistema de oito valores que se tornaram a base de sua teoria. 

Os oito níveis de consciência que marcam nossa subsistência e existência se aplicam para uma pessoa ou para toda uma sociedade. Na teoria, as cores são atribuídas a cada nível de consciência. 

O primeiro nível da espiral, de acordo com Beck, é o da subsistência (representado pelas cores Bege, Roxo, Vermelho, Azul, Laranja e verde) e o segundo é o da existência (representado pelas cores Amarelo e Turquesa), quando os problemas essenciais já estão resolvidos e nos lançamos em um processo de colaborar com o mundo que nos cerca

Compreenda o conceito da Dinâmica da Espiral 

A Dinâmica da Espiral determina que a evolução humana pode ser representada na forma de uma estrutura dinâmica, como uma espiral ascendente, que mapeia o sistema de pensamento conforme ele atinge cada vez mais altos níveis de complexidade. Nas organizações a teoria é aplicada para interpretar e resolver problemas estruturais e, assim, promover o desenvolvimento pessoal e profissional. Empresas como Southwest Airlines e IBM, colocam a teoria em prática pelo fato de auxiliar no diagnóstico da cultura da companhia e mapear diferenças internas para inovar os processos, potencializando o crescimento sustentável.

No momento em que as empresas pensam em um desenho organizacional em espiral, cada tarefa é direcionada ao profissional que melhor se envolveria e entregaria aquela atividade. Aproveitando, assim, o melhor potencial de cada pessoa. De acordo com Darrel Gooden, em entrevista para a Nortus:

“Alguém que possua conhecimentos sobre a Dinâmica da Espiral olharia para a organização a partir de três planos: X, para o desenho das tarefas, Y para o desenho dos sistemas que coordenarão essas tarefas, e Z, que seria o nível executivo que enxerga X e Y e os integra.” 

Seria o oposto de contratar um colaborador e colocá-lo em uma função específica, acrescenta o teórico. Em uma cultura organizacional pensada a partir da Espiral Dinâmica , compreende-se que o modo como as empresas mantêm a estrutura da organização é algo que tem sido considerado ultrapassado, justamente porque nem sempre esse modelo tradicional reflete a melhor forma de impulsionar os talentos e potencializar o crescimento sustentável de pessoas e organizações. Ao aplicar a Dinâmica da Espiral, a função passa a ser pensada a partir do ser humano, considerando qual o melhor papel de cada um nos mais diversos contextos.

Beck formulou ainda cinco ideais que devem ser comuns tanto para empresas, governos e pessoas, independente do seu nível de desenvolvimento. São eles: 

1) ter propósito nobre em relação à vida; 

2) buscar a elegância e a funcionalidade; 

3) entender que lucro é, sim, importante; 

4) não se descuidar da responsabilidade social; 

5) apostar na ecologia.

Níveis de desenvolvimento humano apresentados na Espiral Dinâmica

Se a dinâmica espiral divide cada tipo de comportamento em cores, tanto pessoas quanto empresas, por exemplo, poderiam se encaixar em determinado espectro, a depender de sua evolução tanto pessoal quanto profissional. Os principais níveis são:

  • O bege representaria o básico-instintivo, o arcaico. O primeiro nível de consciência surgiu há 100 mil anos quando o ser humano era nômade e a sobrevivência instintiva estava em primeiro lugar. Hoje em dia, viver para sobreviver é algo que parte da população ainda pode viver, seja por alguma questão físico-mental ou devido a situação de vulnerabilidade social.
  • O roxo representa o tribal, quando há 50 mil anos, os seres humanos passaram a viver em grupos, demonstrar lealdade e cuidado com o seu clã. Um exemplo disso seria como famílias bastante tradicionais e muito religiosas. Que valorizam a sua crença e os seus familiares de sangue.
  • A cor vermelha representa o “poderoso-impulsivo”, o guerreiro. Que é quando começam a emergir valores mais individuais e o ego. É o indivíduo que deseja atenção, exige respeito e dita as regras.
  • O azul fala da força da verdade, cultua valores tradicionais, a lei e a ordem. Tem muito mais organização em sua vivência, respeita e prefere organizações hierárquicas.
  • A cor laranja refere-se a um ser ou uma organização moderna, auto-orientada, racional e competitiva. Ele é motivado pelo sucesso. O progresso e a vida abundante passaram a ser os valores essenciais para quem avançou a este nível de consciência que define que pessoas otimistas, autoconfiantes e dispostas a arriscar merecem o sucesso. Aqui estariam os empreendedores e o mundo corporativo representados.
  • O verde é a última cor do que chamamos aqui de “primeiro nível – sobrevivência”. A cor fala do pós-moderno, tem mais senso de justiça, é mais emotivo, prega igualdade e está sempre em busca da harmonia. Outra característica bastante importante é a preocupação ecológica.
  • A cor amarela aborda a  flexibilidade e funcionalidade. Este nível de consciência tem como ponto central a adaptação flexível às mudanças. Devemos ser responsáveis pelo que somos e o que aprendemos a ser. A beleza da existência deve ser valorizada acima das posses materiais.
  • Por fim, o nível turquesa, um estado que prioriza a união de mente e espírito. O turquesa tem a concepção que o mundo é um único organismo dinâmico com sua própria mente coletiva. O eu é distinto e ao mesmo tempo parte integrante de um todo maior, energia e informação atravessam o total ambiente da terra.

Independente de quais sejam os valores de uma organização, a teoria explica que é importante que o líder esteja sempre dois níveis acima das outras pessoas, dessa forma, ele será capaz de ajudar a conduzi-las para os próximos níveis. Por exemplo, se a empresa como um todo tem seus valores no nível Azul* (tendo a ordem e a estabilidade um elevado grau de importância para todos), então os líderes executivos deveriam estar focando no Laranja ou no Verde. 

Pensando nisso, compreende-se o quanto é importante que as organizações olhem para as possibilidades de inovar e melhorar os processos organizacionais, buscando um ambiente de trabalho que prioriza a colaboração, sem que talentos sejam desperdiçados. 

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