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O que é um ecossistema de inovação e qual sua relação com a inovação aberta

Inovação

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ecossistemas de inovação

Para entender o que é um ecossistema de inovação, tenha em mente que nenhuma pessoa consegue se desenvolver plenamente sem colaboração. Portanto, se nenhum ser humano é uma ilha isolada, nenhuma empresa deve ser. 

Ainda mais em cenários complexos, onde é preciso simultaneamente evidenciar pontos fortes, responder rapidamente às mudanças e explorar oportunidades. Por esse motivo, o desenvolvimento precisa ir além de uma perspectiva única. Ele deve acontecer de maneira colaborativa, em ecossistemas de inovação. 

Ou seja, o que acontece se pararmos de enxergar os objetivos da empresa X e da empresa Y como coisas totalmente independentes? 

Quais horizontes de inovação serão possíveis a partir desse movimento?

As perguntas acima também dialogam com o conceito de inovação aberta, ferramenta importante na criação de ecossistemas de inovação. Neste artigo você entenderá o que é um ecossistema de inovação, qual sua importância e como isso se relaciona com exemplos de open innovation

O que é um ecossistema de inovação? 

Um ecossistema de inovação é um conjunto de relações estabelecidas entre diferentes agentes – que leva em conta fatores internos e externos – em torno de objetivos comuns de desenvolvimento. Os ecossistemas são responsáveis por criar um fluxo de conhecimento, tecnologias e recursos entre esses agentes. 

Por meio disso, as empresas têm a oportunidade de viabilizar a concretização de ideias em novos modelos de negócios ou, até mesmo, em transformações internas, como culturais e digitais, entre os envolvidos. E novamente surge a importância da construção de um mindset colaborativo e de como fazê-lo.

Como é composto um ecossistema de inovação?

Cada vez mais, as organizações procuram a sinergia entre equipes multidisciplinares, para reunir os conhecimentos necessários e, assim, alcançar melhores resultados, superar desafios, promover mudanças e explorar novas oportunidades. 

Indo além dos times internos com inúmeras habilidades e conhecimentos, em um ecossistema de inovação, reunimos equipes com as mesmas características, mas de diversas instituições. 

Sendo assim, os ecossistemas de inovação são compostos por diferentes atores. Entre eles, estão:

  • universidades;
  • parques tecnológicos;
  • governo;
  • aceleradoras;
  • hubs de inovação;
  • incubadoras;
  • investidores;
  • empreendedores mentores e fundações. 

Além disso, é importante desmistificar a ideia de que inovação para empresas se limita à criação de softwares, ou ainda, que é algo voltado apenas para a melhoria de negócios digitais. Os ecossistemas de inovação podem e devem ser mais abrangentes. 

Atualmente, bancos e até mesmo times de futebol, têm demonstrado interesse em entender o que é um ecossistema de inovação e de formar ambientes colaborativos inovadores.

Exemplos de ecossistemas de inovação 

Como exemplos de ecossistemas de inovação podemos citar algumas regiões do Brasil e do mundo.

  • Vale do Silício (EUA) – dispensa grandes apresentações, o Silicon Valley é reconhecido por abrigar empresas, como Google, Facebook, Netflix, entre outras.

  • Florianópolis (SC) – abriga um forte polo tecnológico, que atrai muitos empreendedores, chegou a ficar conhecida como a “Ilha do Silício”.

  • Recife (PE) – o ecossistema pernambucano também é mais forte na capital. O Porto Digital de Recife é um importante polo de inovação.

  • Porto Alegre (RS) / TecnoPuc – Tecnopuc tem sua gestão feita pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre e abriga cerca de 120 empresas, sendo em sua maioria pequenas e médias.

  • Belo Horizonte (MG) / San Pedro Valley – tem mais de 200 startups, aceleradoras e espaços de coworking, entre eles o Seed, programa fomentado pelo governo local e que desenvolve mais de 40 empresas por semestre.

  • Rio de Janeiro (RJ) / ​​Porto Maravalley – tem por objetivo criar um polo para startups e empresas de tecnologia na zona portuária do Rio e assim incentivar a ampliação de um ecossistema inovador.

Qual a importância dos ecossistemas de inovação?

O crescimento dos ecossistemas de inovação acontece na mesma medida que o dos seus envolvidos. Sendo assim, as empresas e, principalmente, suas lideranças precisaram rever a própria abrangência de suas atuações. 

Isso porque além das equipes que já faziam parte dos processos internos, é necessário incluir a presença e as contribuições de parceiros externos de outras organizações. Guarde essa informação, porque é dessa necessidade que nasce a inovação aberta. 

Entre os pontos positivos proporcionados por ecossistemas de inovação, a potencialização do aprendizado, sem dúvidas, está no topo da lista. Afinal, com mudanças acontecendo de forma contínua, é primordial se adaptar e aproveitar as oportunidades. 

Para alcançar esse benefício, trocar experiências e aprender continuamente é o melhor caminho. Em ecossistemas de inovação, há um ambiente propício para a construção destes relacionamentos de contribuição mútua. 

Também vale destacar que o crescimento próximo e recíproco dos parceiros faz com que estar dentro dos ecossistemas de inovação seja, por si só, um fato relevante. Somos seres  gregários e, por conta disso, é natural que se valorize o contato, e a construção das redes seja imprescindível. 

Por fim, quando há um caminho sendo traçado em cooperação, é natural que se estabeleça uma relação de confiança. E a confiança é intrínseca ao mindset colaborativo. 

Os ecossistemas de inovação permitem, dessa forma, que as empresas estabeleçam interna e externamente, iniciativas que visam verdadeiramente a colaboração.

O que é inovação aberta? 

A open innovation, ou inovação aberta, conceito criado por Henry Chesbrough, invoca justamente o uso de fluxos de conhecimentos diversos, internos e externos, com o intuito de estimular e acelerar a inovação interna, além de expandir os mercados para, da mesma forma, fazer o uso externo da inovação. 

Ou seja, de forma descentralizada, diferentes agentes, como empresas, universidades e consumidores, colaboram entre si para inovar, criar novos produtos, serviços e até mesmo plataformas de negócio. Desse modo, as empresas se utilizam da inovação aberta para, a partir do somatório de esforços e conhecimento, criarem valor. 

A maioria das mudanças de grande impacto, nascem de uma soma de esforços em prol da comunidade. Então, por que não pensar na inovação de maneira igual? 

Isso significa substituir a crença de que as realizações devem ser individuais e dentro dos limites das empresas. Ou que as empresas ao redor são potenciais competidores e qualquer contato é sempre um risco. Na verdade, o que vemos é uma troca positiva para ambas as partes. 

Se, por um lado, o conhecimento produzido em parceria e de forma aberta é aplicado no desenvolvimento e criação de novos serviços e produtos, por outro, a comunidade, o mercado e demais agentes possuem a mesma experiência construída para fazer uso. 

Importante dizer que a inovação aberta não é sinônimo de acesso livre e irrestrito às tecnologias e aos conhecimentos de uma organização.


Exemplos de inovação aberta

Estar imerso em um espaço que promova a inovação aberta, dentro de em um ecossistema de inovação, gera um senso de pertencimento aos participantes, assim como uma determinada notoriedade perante ao mercado e a comunidade ao qual se está inserido.

Para você entender um pouco mais, vamos citar alguns exemplos de inovação aberta.

Gerdau

Em 2021, a Gerdau, em parceria com o Porto Digital de Recife (PE) e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, lançou o programa Desenvolve.aí. Os vencedores encontraram soluções para a Usina Açonorte. 

Votorantim

O grupo Votorantim possui uma plataforma de inovação aberta, a Vc Connect e de tempos em tempos, lança alguns desafios. Em 2022, por exemplo, o grupo quer novas ideias e soluções em concreto leve e paredes. 

Elo

A Elo é uma instituição de pagamento que também lançou seu programa de inovação aberta. O objetivo é encontrar diversos tipos soluções: blockchain, open banking, segurança, pagamentos digitais, entre outros. 

Ambev

Em parceria com o centro de inovação Arena Hub, a Ambev também lançou o desafio Golaço. O intuito do programa é encontrar soluções ligadas ao esporte e ao entretenimento. O foco não são as operações da empresa em si, mas a melhora na experiência dos clientes, torcedores e torcedoras de futebol.

Como você já deve ter percebido, existem vários exemplos de inovação aberta que envolvem não só o setor privado, mas o público também. A promoção de hackatons, por exemplo, também são iniciativas comuns na busca externa por soluções. 

No webinar Inovação aberta e ecossistemas de inovação, eu e a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Clarissa Teixeira, falamos um pouco mais sobre o assunto. Confira o vídeo abaixo.

Benefícios da inovação aberta para as empresas dos ecossistemas

As empresas que sabem o que é um ecossistema de inovação, da sua importância e que já integram essa rede, têm muito a ganhar com a implantação da inovação aberta. 

Afinal, ambientes inovadores têm sido fundamentais para a sobrevivência e, mais ainda, para a prosperidade nos tempos atuais. É uma maneira de ir além do que é possível alcançar quando se conta somente com os recursos e equipes internas de pesquisa e desenvolvimento (inovação fechada). 

A partir da open innovation, é possível usufruir do que há de melhor, em quaisquer quesitos, como conhecimento e tecnologia, independentemente da sua proveniência. 

No artigo “Inovação Aberta: o que é e os benefícios para a empresa”, o Distrito, um ecossistema de inovação independente, elencou alguns dos principais ganhos que se tem a partir da inovação aberta corporativa. 

Destaco três deles: 

1. Pode ser a porta de entrada para a adoção de um processo inovador interno

As empresas que fazem parte de ecossistemas de inovação e adotam a inovação aberta, podem estar no início de uma jornada de inovação interna. Elas começam a se abrir para um relacionamento com startups ou a investir em ambientes que promovem trocas e compartilhamentos com esses mesmos negócios.

2. Menor tempo entre as etapas de desenvolvimento e comercialização

Se há uma divisão de trabalho envolvendo outros parceiros, os recursos que antes eram somente internos, ampliam-se e passam a dar conta de mais demandas, inclusive as que são relacionadas com pesquisas e desenvolvimento de produtos simultaneamente.

3. Redução de custos nos mais variados momentos

O custo para inovar não estagnou, já que a inovação se tornou cada vez mais essencial e, por sua vez, mais desafiadora. Estamos em um nível considerável de avanço e encontrar o novo não é tão simples. Com a associação a outros players, há uma divisão de investimento nas etapas de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo. A associação com a metodologia Lean Startup também pode ser de grande valia. 

Lembrando que os itens acima são apenas dos que compõem as vantagens oferecidas pela inovação aberta. Há ainda benefícios, como:

  • criação de novos mercados;
  • redução dos riscos de aceitação de produtos ou serviços; 
  • utilização de diversas fontes de conhecimento elevando o nível da geração de inovação;
  • conquista de novas perspectivas de negócios;
  • inovação em produtos e serviços que já existem e não são inteiramente novos;
  • potencialização do networking;
  • democratização do acesso ao conhecimento e às ideias, entre outros.

Em uma realidade em que inovar se faz um pré-requisito, é fundamental saber o que é um ecossistema de inovação e ter consciência do grande protagonismo que eles exercem.

Quer conversar mais sobre o assunto? Estamos à disposição para ampliar o debate e trocar ideias. Aproveite e deixe seu comentário!

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