Tecendo o futuro com conexões relevantes e presentes

Liderança

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*Coautoria com Gabriel Lopes

Decidir no meio do caos: como líderes e conselhos estratégicos podem construir relevância, adaptabilidade e futuro em tempos de incerteza global.

Vivemos um ponto de inflexão. Modelos de negócio antes considerados sólidos estão sendo desafiados por dinâmicas que escapam aos roteiros tradicionais de gestão: conflitos geopolíticos, instabilidade regulatória, disrupções tecnológicas, expectativas sociais em mutação e consumidores que reconfiguram suas lealdades em tempo real.

Diante desse cenário, uma pergunta se impõe com mais urgência do que nunca:  As decisões que sua empresa está tomando hoje acompanham a velocidade e a complexidade do mundo em que ela opera?

Acelerado por transformações tecnológicas, tensionado por instabilidades geopolíticas e exigido por consumidores cada vez mais conscientes, o cenário global atual não permite decisões pautadas apenas por relatórios trimestrais ou por estratégias de cinco anos atrás. O tempo de reagir ao futuro já passou. Agora, é preciso agir no presente, com clareza estratégica, agilidade organizacional e profunda conexão com o contexto real.

Estamos propondo um novo olhar para conselhos estratégicos, boards executivos e lideranças empresariais que enfrentam a pressão crescente por relevância, inovação e resultados sustentáveis. Vamos além das tendências; tratamos aqui da mudança de paradigma necessária para cocriar futuros viáveis diante de um presente imprevisível.

1. O ritmo da transformação e o novo paradoxo da liderança global

Você já sentiu que os ciclos de planejamento estão descolados da velocidade dos fatos?

Vivemos um paradoxo cada vez mais agudo: quanto maior a empresa, maior o risco da lentidão decisória em cenários acelerados. A lógica linear das grandes corporações entra em conflito com um mundo não-linear, caótico e ambíguo. O resultado? Estratégias obsoletas antes mesmo de sua implantação.

As lideranças corporativas enfrentam, hoje, o que chamamos de “pressão de três tempos”:

  • Curto prazo: resultados e performance financeira.
  • Médio prazo: competitividade e inovação.
  • Longo prazo: reputação, impacto e perenidade.

O desafio é operar nos três ao mesmo tempo, sem perder clareza de propósito, conexão com stakeholders e capacidade de resposta diante do inesperado.

2. Conexão como estratégia de sobrevivência e expansão

A hiperconectividade tecnológica, que une mercados e encurta distâncias, trouxe também a fragmentação da atenção e o crescimento de ruídos nas relações institucionais. O que se tornou escasso, e portanto valioso, é a atenção genuína e a conexão relevante.

Boards e lideranças precisam entender: conectar-se com clientes, parceiros, talentos e comunidades não é ação de marketing. É estratégia de negócio.

Em tempos de turbulência, a confiança se torna o maior ativo. E ela só se constroi a partir de:

  • Narrativas consistentes e vividas com coerência.
  • Posicionamentos éticos e transparentes.
  • Engajamento real em causas relevantes.

Grandes empresas não podem mais se dar ao luxo de operar com distanciamento simbólico. Conexões autênticas criam alianças duradouras, ampliam a legitimidade da marca e abrem portas para inovação baseada na escuta ativa.

3. A falência da diferenciação superficial

Nos mercados globais saturados, diferenciais técnicos são rapidamente copiados. O valor de um produto ou serviço não está apenas em sua entrega funcional, mas em seu ecossistema simbólico e relacional. O que isso significa para os conselhos empresariais? 

Significa que precisamos abandonar o modelo mental que associa inovação a features ou campanhas e assumir uma visão mais ampla de valor estratégico:

  • Por que existimos? (Propósito)
  • O que defendemos? (Posicionamento)
  • Como agimos? (Prática ética)
  • Como nos tornamos relevantes para o outro? (Conexão real)

O mundo exige narrativas corporativas verdadeiras, consistentes e experienciadas em cada ponto de contato, da política interna à comunicação externa.

4. Inovação como rotina, adaptabilidade como competência estratégica

A inovação deixou de ser diferencial. Hoje, ela é a necessidade de sobrevida das organizações. O que diferencia empresas que prosperam em cenários instáveis é a adaptabilidade consciente: a capacidade de aprender, iterar, ajustar e agir de forma ágil, sem comprometer consistência e visão de longo prazo.

Empresas  precisam estimular culturas organizacionais que:

  • Valorizem o erro como parte do aprendizado;
  • Invistam em inteligência coletiva e diversidade de pensamento;
  • Pratiquem a escuta como ferramenta de governança;
  • Operem em ciclos curtos, com feedback real e decisões baseadas em evidências e intuição combinadas.

Adaptabilidade não é improvisação. É um método.  E sua melhor aliada é a estratégia viva, embasada na prática do Design Emergente.

5. Design Emergente: Decidir no presente para cocriar futuros possíveis

O Design Emergente é uma abordagem que parte da premissa de que não se trata de prever o futuro, mas de construir realidades viáveis com base no presente vivo. É a resposta mais atualizada que temos à complexidade dos ambientes dinâmicos.

Ao contrário de planos estáticos, essa visão propõe:

  • Jornadas adaptativas, cocriadas com os stakeholders;
  • Capacidades dinâmicas, que habilitam decisões rápidas e inteligentes;
  • Foco no agora, sem abrir mão de direcionamento estratégico.

Essa filosofia orienta conselhos e lideranças a navegar a incerteza, sem paralisar frente à ambiguidade. Em vez de respostas prontas, ativamos perguntas potentes e fluxos contínuos de aprendizado.

6. Os seis princípios estratégicos para liderar em cenários emergentes

Empresas precisam ancorar suas decisões em princípios claros. O Design Emergente propõe seis pilares práticos:

a) Contexto

Entender o presente é o primeiro passo. Isso requer escuta ativa, análise de dados com curadoria humana e conexão com comunidades relevantes.

b) Motivação e Significado

O propósito precisa ser mais do que branding. Ele deve orientar decisões, alocar recursos e inspirar pessoas dentro e fora da empresa.

c) Narrativa Autêntica

Não se trata apenas de contar histórias. É sobre viver o que se diz — e tornar a cultura interna a melhor forma de marketing externo.

d) Consistência

Estratégia, cultura, processos e comunicação precisam conversar entre si. A consistência constrói confiança em cada stakeholder.

e) Relevância

Visibilidade sem relevância é ruído. Foco nas causas certas, nos públicos estratégicos e nos espaços onde sua marca pode ser agente de transformação.

f) Adaptabilidade

A capacidade mais urgente de nosso tempo. Permitir ajustes constantes com base em aprendizado real é o que diferencia organizações resilientes das obsoletas.

7. Liderar é escolher a coragem de construir o novo

A incerteza é o novo ambiente natural da liderança global. Não existe mais “voltar ao normal”. O que temos é um chamado coletivo: construir novos caminhos.

E isso exige coragem institucional para: 

  • abandonar modelos mentais ultrapassados;
  • ouvir mais do que afirmar;
  • investir em talentos com visão crítica;
  • experimentar e aprender;
  • colocar as pessoas no centro da estratégia.

Liderar é sustentar a responsabilidade de decidir em meio ao desconhecido

Liderar hoje não é mais apenas sobre escalar resultados, proteger margens ou manter a empresa operando em linha com os indicadores. É, acima de tudo, sustentar a responsabilidade de tomar decisões relevantes em um cenário de instabilidade contínua, com coragem, consciência e visão ampliada.

Os líderes que realmente farão diferença neste novo tempo serão aqueles capazes de:

  • Navegar com lucidez em ambientes incertos;
  • Criar conexões significativas em meio à dispersão;
  • Transformar complexidade em aprendizado contínuo;
  • E sobretudo, manter a humanidade no centro das escolhas estratégicas.

A pergunta não é mais se a sua organização conseguirá se adaptar ao que está por vir, mas sim como os líderes escolherão agir diante do que já está acontecendo.

Porque o futuro não será construído apenas com tecnologia ou estratégia.  Ele será desenhado, todos os dias, pelas decisões que tivermos coragem de tomar agora.

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