Design e processo criativo: por que precisamos falar do erro?

Design Thinking

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Design Processo Criativo

Precisamos falar do erro porque ele faz parte do processo criativo. Se você leu o artigo que tratava sobre Eficiência e eficácia nas organizações, deve se lembrar que a eficácia estava muito mais ligada à inovação, justamente porque se aproximava mais da incerteza da experimentação. 

Um dos maiores defensores e divulgadores do “design thinking”, o jornalista Bruce Nussbaum, escreveu um artigo na revista Fast Company denominado “Design Thinking Is A Failed Experiment. So What’s Next? que tratava sobre essa incerteza e, principalmente, sobre a inevitável ocorrência do erro durante o processo criativo. 

Portanto, antes que você comece a criticar Nussbaum por afirmar que o design é um “experimento falho”, confira mais informações sobre o artigo dele a seguir. 

Bruce Nussbaum sobre design e processo criativo

O artigo de Nussbaum se trata de uma crítica ao modo como o “design thinking” é utilizado pelas empresas. E o ponto fundamental é que as empresas buscam aplicá-lo de forma eficiente, processualizada. Elas buscam a aplicação da eficiência da engenharia a um processo que deve ser eficaz, não eficiente.

De acordo com ele, a maioria das empresas “absorveu muito bem o processo de design thinking, transformando-o em uma metodologia linear, fechada e prática que entregava, na melhor das hipóteses, mudança e inovação incrementais”. 

Ou seja, conforme Nussbaum, o design sempre foi um catalisador para o encontro da criatividade, que era a habilidade que as empresas buscavam. Contudo, para se adequar à cultura empresarial, esse design perdeu aspectos essenciais, como: o conflito, o erro, o fracasso das emoções que fazem parte do processo criativo. 

Por esse motivo, as empresas e lideranças inovadoras que aceitaram a “confusão” como parte do processo necessário, encontraram a inovação verdadeira. As que não aceitaram e tentaram enquadrar o processo, não tiveram o mesmo resultado. 

A repercussão entre os designers 

No entanto, a maior repercussão do artigo do Nussbaun foi justamente entre os “designers” que chegaram a tratá-lo de traidor da causa. O entendimento de que o design deve ser um “experimento falho” escapa àqueles surfistas de ondas que, de fato, não mergulharam nas profundezas do design. 

O próprio Nussbaun cita o artigo da Helen Walters Design Thinking” Isn’t a Miracle Cure, but Here’s How It Helps que clarifica os prós e contras do design thinking. 

Aliás, ao longo do artigo, Walters traz frases que ilustram seus entendimentos e trazem diversas provocações. Uma delas é: “O design thinking não garante sucesso”. O que é verdade, assim como também é verdade que ele permite que as pessoas que experimentam suas técnicas consigam criar novas técnicas, novas perspectivas, novas formas de pensar e de reenquadrar e superar erros.  

Walters ainda faz um alerta e diz que é preciso ter cuidado com todos que prometem que ao aplicar o pensamento do design, nunca mais haverá erro na organização. Desse modo, o erro, a falha, o descaminho, são elementos fundamentais do processo criativo e, por consequência, da inovação. Se o design é o pressuposto dela, o erro é pressuposto do design. 

Por fim, Nussbaum reafirma a capacidade que todas as pessoas têm de desenvolver sua Inteligência Criativa, que ele definiu como: “capacidade de enquadrar problemas de novas maneiras e criar soluções originais.” 

Ele liga essa habilidade, que ele sonha que seja muito mais valorizada no futuro, com alguns aspectos e, entre eles, o pensamento de design. “[…] É mais do que pensar, é aprender fazendo e aprender a fazer o novo em um espaço incerto, ambíguo e complexo – nossas vidas hoje.”

Ou seja, “designers de plantão”, a postura exigida dos praticantes é a de SEMPRE receber muito bem a crítica e o erro. É desses elementos que virá “impávida que nem Muhammed Ali” a próxima inovação.

Design na prática e os princípios do jiu-jitsu 

Aliás, por falar em luta, uma metáfora apropriada para o design é a da filosofia do jiu-jitsu ou “arte suave”: que usa a força do oponente como alavanca para vencê-lo. O praticante nunca procura barrar o movimento do oponente e sim, em sinergia, aproveitar essa força para vencer. 

Em outras palavras: faz a co-evolução dos espaços problema e solução. 

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